“Meu trabalho com a Nutrição vai muito além de prescrever dietas e ajudar no emagrecimento. Acredito muito na valorização da saúde e no poder do despertar da beleza, sendo dois grandes valores que norteiam toda a minha atuação como nutricionista.”
Você provavelmente já deve ter lido ou ouvido falar sobre a Campanha do Agosto Dourado, realizada anualmente, que simboliza a luta pelo incentivo à amamentação. A cor dourada faz referência ao padrão ouro de qualidade do leite materno.
Eu acredito na extrema importância que essa campanha possui e, inclusive, incentivo todas as minhas pacientes gestantes a se prepararem o máximo possível para que consigam realizar o aleitamento exclusivo pelo menos até os seis meses de idade do bebê.
Acontece que essa campanha e até mesmo o incentivo geral podem vir a ser interpretados como uma forma de pressão e cobrança (mais uma de tantas!) sobre as mulheres, sempre tão sobrecarregadas com expectativas e exigências da maternidade.
Infelizmente a amamentação não é algo tão natural e fácil como muitos romantizam. Aquela cena linda e perfeita de uma mãe amamentando seu bebê com facilidade e prazer, com um belo sorriso no rosto, recebendo suporte da família, é apenas uma das várias cenas que geralmente só existe no imaginário coletivo.
Ao abrir uma caixinha de perguntas em meu perfil do instagram (@danizambranoo), em que convidei minhas seguidoras a compartilharem as dificuldades que enfrentaram ao amamentar, as respostas foram inúmeras e muito variadas. As dificuldades relatadas citaram desde problemas fisiológicos (formato do bico, alta sensibilidade, febre nos seios, etc) até psicológicos (pressão familiar, depressão pós-parto, efeitos da grave privação de sono, etc).
Embora incentivar a amamentação seja correto e muito necessário, também é importante refletir e olhar com carinho para o outro lado da moeda: a pressão sofrida por várias mães que, por inúmeros motivos, não conseguem amamentar e sofrem muito com isso. A frustração de muitas mães diante da incapacidade de amamentar é real e torna-se algo pesado e fonte de sofrimento para toda a família.
O uso de fórmulas infantis é um recurso que deve estar sim à disposição de famílias que não conseguem a amamentação natural, e é necessário enxergar com bons olhos o fato de ter acesso a ferramentas que auxiliem essas famílias. É preciso orientar e incentivar sim, mas uma campanha tão importante não pode ser vista como impositiva.
Mamães: procurem informação e incentivo, mas também apoio e ajuda. Não aceite uma amamentação problemática ou até mesmo colocar a sua saúde e a do seu bebê em risco em nome de uma maternidade romantizada.
Danielle Zambrano – @danizambranoo
Nutricionista (CRN 61384)
Pós-graduada em Emagrecimento, Nutrição e Fisiologia do Exercício.