“Meu trabalho com a Nutrição vai muito além de prescrever dietas e ajudar no emagrecimento. Acredito muito na valorização da saúde e no poder do despertar da beleza, sendo dois grandes valores que norteiam toda a minha atuação como nutricionista.”
Recentemente uma amiga querida compartilhou comigo sobre a frustração que sentiu ao ter se consultado certa vez com um profissional de nutrição e não ter conseguido seguir o plano alimentar prescrito por ele. Isso porque o profissional, sem motivo algum, optou por tirar o seu tão amado feijão e alguns outros alimentos saudáveis de sua rotina, itens presentes há tempos em seu dia a dia e que ela inclusive amava.
Vejam: sempre alerto que é um grande erro “vilanizar” qualquer tipo de alimento. Imaginem então fazer o mesmo com alimentos naturais, ou seja, a nossa tão essencial comida de verdade. E, nesse caso específico, logo o feijão, um dos melhores alimentos para se ter na dieta: rico em proteínas, fibras, micronutrientes (ferro, ácido fólico, etc.), além de ser saboroso e de baixa densidade energética.
É desesperador quando percebemos uma certa dúvida das pessoas diante de comidas naturais… Quem nunca ouviu que, o primeiro passo para quem quer emagrecer deve ser “cortar o arroz e o feijão?”. É por isso que sempre afirmo que um dos principais objetivos da minha profissão é o de ensinar as pessoas a fazerem as pazes com a comida de verdade.
Outro ponto a ser considerado nesse exemplo: é preciso, antes de prescrever qualquer dieta, que nós nutricionistas escutemos ativamente as demandas, objetivos e realidade do nosso paciente. Do que ele gosta? Do que não gosta? Qual sua rotina? Quanto tempo se dedica às refeições? Qual seu objetivo nutricional e/ou estético? O que gostaria de nossa ajuda para melhorar?
Além disso, cortar comida de verdade da rotina alimentar de um paciente é o maior indício de que a dieta será insustentável. Se aquele alimento não traz nenhum malefício, se não dificulta a conquista do objetivo que ele deseja, o trabalho do profissional de nutrição é de adaptar o plano para que seja o mais próximo possível da realidade cotidiana do paciente. Isso inclui abrir certas janelas para comidas um pouco mais calóricas e prazerosas, visto que o paciente não deve se engessar em uma alimentação super restritiva.
É até engraçado quando algumas pessoas, espantadas, descobrem que não, eu não vou tirar o seu tão amado pão francês do seu plano alimentar se ele não estiver fazendo mal a você. Aqui entra o princípio básico do respeito às quantidades que gosto tanto de frisar. Acredite em mim quando digo que, em uma dieta equilibrada, que respeita a presença dos nutrientes, tudo pode!
Busque questionar os modismos e a cultura de demonizar grupos de alimentos. Arroz, feijão, mandioca, batata… até mesmo o coitado do pão francês! Tudo deve ter o seu devido espaço em sua dieta se não te faz mal e se do seu gosto for!
Busque ajuda especializada e de qualidade. Um bom plano alimentar é aquele que se adéqua a sua realidade e respeita seus gostos e individualidades.
Danielle Zambrano – @danizambranoo
Nutricionista (CRN 61384)
Pós-graduada em Emagrecimento, Nutrição e Fisiologia do Exercício.